O fone de ouvido se tornou um acessório essencial: está no transporte, no escritório e até na academia. No entanto, o aumento do uso traz consigo um alerta grave dos especialistas: o risco de perda auditiva. Este dispositivo, aparentemente inofensivo, pode causar danos permanentes se usado de forma excessiva ou em volumes elevados.
Para preservar a saúde auditiva, o segredo está na moderação, segundo Augusto Abrahão, otorrinolaringologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
1. A regra 60/60 para a sua segurança
O médico é categórico: para proteger a sua audição, é fundamental seguir a regra do 60/60. Isso significa que você deve manter o volume do seu dispositivo abaixo de 60% da capacidade total e não ultrapassar os 60 minutos de uso ininterrupto.
Uma dica prática para identificar se o volume está adequado é o “teste do braço esticado”: retire o fone e estique o braço para observar se você ainda consegue escutar o áudio com clareza. Se a resposta for sim, significa que a altura está acima do limite desejado.
2. O dano é permanente e irreversível
A questão central não é o aparelho em si, mas o volume e o tempo de exposição. Augusto alerta que o principal e mais grave dano é a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). A exposição contínua a volumes superiores a 85 decibéis (dB) – nível facilmente atingido em smartphones –, lesiona as células ciliadas da orelha interna.
O grande problema é que essas células são responsáveis por transformar as ondas sonoras em impulsos elétricos que o cérebro interpreta como som. “Quando essas células são lesionadas, não se regeneram, o que torna a perda auditiva permanente”, destaca Augusto.
Por que você deve limitar o fone de ouvido a 60 minutos seguidos? Foto: FreePik
3. Zumbidos e chiados são sinais de alerta
Entre os primeiros sintomas de que a exposição está sendo excessiva estão zumbidos, chiados e a incômoda sensação de ouvido tampado. Augusto aponta que, mesmo perdas auditivas discretas, já prejudicam a compreensão da fala, especialmente em ambientes barulhentos.
É fundamental procurar um especialista para avaliação assim que notar qualquer sinal de zumbido, dor, tontura ou dificuldade em ouvir.
4. O segredo do noise canceling
Para quem precisa de clareza do áudio em ambientes externos, o recurso do noise canceling (cancelamento de ruído) é um grande aliado da saúde auditiva.
Segundo o otorrinolaringologista, esse recurso auxilia para que o fone não precise ficar tão alto para ter a clareza do áudio, uma vez que, ao isolar o meio externo, não há necessidade de manter o som em volume elevado.
5. Cuidado com infecções e obstruções
Os danos não são apenas auditivos. O uso incorreto e a falta de higiene, especialmente dos modelos intra-auriculares (aqueles que são inseridos diretamente no canal), podem causar irritação e facilitar infecções.
Quando não são higienizados corretamente ou são compartilhados, os fones podem se tornar vetores de bactérias e fungos, levando a inflamações e até abscessos. Além disso, o uso contínuo também empurra o cerúmen para dentro do canal, causando obstrução e desconforto, explica o médico. Por isso, uma dica importante é limpar os fones regularmente e evitar o compartilhamento para barrar a transmissão de microrganismos.
Resumo:
O otorrinolaringologista Augusto Abrahão alerta para o risco de perda auditiva permanente pelo uso excessivo de fones. O ideal é seguir a regra 60/60: volume abaixo de 60% e uso por, no máximo, 60 minutos seguidos. Zumbidos são sinais de alerta. Além disso, a má higiene do acessório pode causar infecções e obstrução do canal auditivo.
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