Um estudo publicado pela Cambridge University Press no dia 8 de setembro de 2025, cujos autores são os físicos Carlos Chesman, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Cláudio Furtado, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), trouxe um novo debate em relação ao local exato no qual a expedição de Pedro Álvares Cabral teria desembarcado e descoberto o Brasil.
A versão oficial até então é de que a frota aportou inicialmente na região de Porto Seguro, no sul da Bahia. No entanto, o estudo mostra que o primeiro desembarque foi realizado na costa potiguar, entre os municípios de Rio do Fogo e São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte.
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(Imagem: ByDroneVideos/Shutterstock)
Base do estudo
Para chegar à conclusão de que a embarcação de Cabral descobriu o Brasil no Rio Grande do Norte, os físicos iniciaram uma investigação durante a pandemia de Covid-19 e realizaram cálculos conforme os dados presentes na carta de Pero Vaz Caminha, o primeiro documento escrito sobre o Brasil.
Além disso, eles fizeram simulações de ventos, profundidades e correntes marítimas ao longo do percurso. De acordo com Chesman e Furtado, o cruzamento dessas informações com expedições de campo e medições possibilitou a conclusão de que o “grande monte, mui alto e redondo” descrito por Caminha – que é tradicionalmente associado ao Monte Pascoal, na Bahia – na verdade, seria uma referência ao monte Serra Verde, em João Câmara, no interior do Rio Grande do Norte.
Os cálculos também mostraram que a frota teria feito um percurso aproximado de 4 mil quilômetros desde Cabo Verde até chegar a terra firme no dia 22 de abril de 1500, um trajeto no qual, se forem levadas em consideração as influências naturais da navegação, indicaria que o ponto de chegada mais próximo era realmente o do litoral potiguar.
Desembarque na praia de Zumbi, no Rio do Fogo
Conforme o estudo, os autores acreditam que o primeiro desembarque descrito por Caminha aconteceu na praia de Zumbi, no município de Rio do Fogo. Já no dia seguinte, por conta das ventanias, os navios seguiram em direção ao norte, chegando à praia do Marco, a qual faz referência a um marco português datado de 1501.
Debate sobre o estudo
Em 2026, a UFRN deve realizar um colóquio científico com o objetivo de debater o estudo. Os autores têm como intuito apresentar as conclusões obtidas à comunidade de historiadores para que o tema seja reaberto com várias abordagens.
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