A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu quais vírus da influenza vão compor as vacinas da gripe usadas no Brasil em 2026. A decisão, publicada na quinta-feira (27) e alinhada às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualiza as cepas dos imunizantes que serão distribuídos no SUS e na rede privada. A agência também manterá as vacinas quadrivalentes até 2026.
A atualização anual é essencial porque o vírus da gripe sofre mutações constantes. A OMS monitora em tempo real os subtipos mais circulantes no mundo e orienta os países a ajustarem a formulação de suas vacinas a cada ano.
Cepas que farão parte das vacinas de 2026
A composição definida para 2026 vale para doses destinadas ao Hemisfério Sul, aplicadas no Brasil a partir de 1º de fevereiro de 2026. Os rótulos devem indicar: “CEPAS 2026 HEMISFÉRIO SUL”.
Vacinas trivalentes (3 cepas):
A/Missouri/11/2025 (H1N1)pdm09
A/Singapore/GP20238/2024 (H3N2)
B/Austria/1359417/2021 (linhagem Victoria)
Vacinas quadrivalentes (4 cepas):
As três cepas acima, mais:
B/Phuket/3073/2013 (linhagem Yamagata)
Vacinas não baseadas em ovos:
A/Missouri/11/2025 (H1N1)pdm09
A/Sydney/1359/2024 (H3N2)
B/Austria/1359417/2021 (linhagem Victoria)
Diferenças entre trivalente e quadrivalente
As vacinas trivalentes incluem dois vírus do tipo A (H1N1 e H3N2) e um do tipo B. As quadrivalentes adicionam uma cepa da linhagem B/Yamagata. Essa ampliação, porém, só tem impacto quando a linhagem circula — o que não ocorre desde 2020.
Por que a quadrivalente deve ser descontinuada
A OMS recomenda encerrar a produção das quadrivalentes a partir de 2027, já que a linhagem Yamagata praticamente desapareceu. Fabricar uma vacina com uma cepa que deixou de circular aumenta custos e complexidade sem oferecer benefício adicional.
No Brasil, a opção foi manter as quadrivalentes até 2026 para garantir estoque durante a transição para a oferta ampliada das trivalentes.
Como as vacinas são produzidas
As vacinas tradicionais são feitas com vírus cultivados em ovos de galinha fertilizados, método amplamente usado e bem estabelecido. Já as versões não baseadas em ovos utilizam culturas de células ou tecnologias recombinantes, permitindo produção mais ágil e menos dependente de granjas especializadas. Para quem recebe a vacina, ambas as tecnologias são consideradas seguras e eficazes.
O que muda para quem vai se vacinar
As vacinas de 2026 serão ajustadas às cepas previstas para circular no ano. A proteção contra formas graves permanece alta, e a disponibilidade de versões trivalentes ou quadrivalentes poderá variar entre a rede pública e a privada, conforme a etapa de transição definida pela Anvisa.
A recomendação permanece: grupos elegíveis devem se vacinar.
Uso de vacinas formuladas para o Hemisfério Norte
Em regiões com sazonalidade diferente ou fluxos específicos, como áreas de fronteira, o Ministério da Saúde poderá recorrer a lotes do Hemisfério Norte. Essas embalagens trarão a indicação “CEPAS 2025–2026 HEMISFÉRIO NORTE”.
Composições do Hemisfério Norte 2025–2026
Trivalentes:
A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09
A/Croatia/10136RV/2023 (H3N2)
B/Austria/1359417/2021 (linhagem Victoria)
Quadrivalentes:
As três acima, mais:
B/Phuket/3073/2013 (linhagem Yamagata)
Não baseadas em ovos:
A/Wisconsin/67/2022 (H1N1)pdm09
A/District of Columbia/27/2023 (H3N2)
B/Phuket/3073/2013 (linhagem Yamagata)
O post Anvisa atualiza cepas das vacinas da gripe para 2026 no Brasil; veja o que muda apareceu primeiro em Olhar Digital.






