Pressão regulatória cresce e Google retira queixa contra a Microsoft

O Google decidiu retirar sua queixa antitruste contra a Microsoft na União Europeia, um movimento que ocorre uma semana após os reguladores europeus abrirem uma investigação preliminar sobre o domínio da empresa no setor de computação em nuvem. As informações são da Reuters.

A decisão sinaliza uma mudança estratégica: em vez de levar adiante sua disputa direta, o Google vai aguardar o desdobramento da apuração oficial conduzida pelo bloco.

Europa analisa práticas que podem classificar Azure e AWS como intermediários dominantes (Imagem: bluestork/Shutterstock)

Pressões sobre o mercado de nuvem

A queixa havia sido apresentada no ano passado à Comissão Europeia, que atua como autoridade de concorrência da UE.

Na ocasião, o Google acusou a Microsoft de práticas anticoncorrenciais que, segundo a empresa, restringiam a escolha dos clientes ao tornar mais difícil migrar para outros provedores que não o Azure.

O setor de computação em nuvem é dominado por três gigantes globais. A Amazon lidera com 30% de participação, seguida pela Microsoft, com 20%, e pelo próprio Google, com 13%.

Esse cenário concentrado tem chamado a atenção de reguladores que buscam avaliar se há barreiras excessivas para a concorrência.

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Google recua em disputa com Microsoft na União Europeia – Imagem: Markus Mainka/Shutterstock

Em um comunicado publicado no blog da empresa, Giorgia Abeltino, chefe de políticas públicas do Google Cloud Europe, afirmou que a retirada da queixa se deve ao “anúncio recente de que a Comissão Europeia avaliará práticas problemáticas que afetam o setor de nuvem em um processo separado”.

Avaliação pode levar a novas regras

A Comissão Europeia investiga agora se características específicas do mercado de nuvem reforçam o poder do Azure e do Amazon Web Services.

A apuração, prevista para durar um ano, pode resultar na designação das duas empresas como gatekeepers sob a Lei dos Mercados Digitais — classificação que impõe obrigações e restrições com o objetivo de ampliar a concorrência e aumentar as opções disponíveis aos usuários.

União Europeia intensifica vigilância sobre nuvem e Microsoft poderá ter de cumprir exigências mais rígidas (Imagem: tupungato/iStock)

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