Pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, descobriram uma forma inovadora de usar resíduos da mineração de lítio para tornar o concreto mais resistente e durável. A solução promete reduzir o impacto ambiental da construção civil, setor responsável por grande consumo de recursos e 8% das emissões globais de gases de efeito estufa.
O subproduto do lítio, chamado β-espodumênio delitiado (DβS), geralmente descartado como resíduo perigoso, mostrou-se capaz de melhorar significativamente a resistência mecânica do concreto, oferecendo uma alternativa sustentável às cinzas volantes provenientes da queima de carvão, explica a New Atlas.
Como funciona o concreto reforçado com DβS
O concreto é o material mais produzido no mundo, mas sua fabricação consome vastos recursos naturais e gera poluentes. O DβS, quando usado como agente aglomerante, reage quimicamente, tornando o concreto menos permeável e mais resistente à corrosão.
A equipe substituiu 25% das cinzas volantes por DβS, ajustando a proporção da solução ativadora alcalina, e os resultados foram impressionantes:
34% mais resistência em comparação com concreto com 100% de cinzas volantes.
74% de aumento de resistência ao ajustar corretamente a solução alcalina.
Estrutura interna mais densa e robusta após 28 dias de cura.
Concreto comparável em durabilidade ao convencional, mas com menor impacto ambiental.
Com o refino de lítio gerando volumes crescentes de DβS, sua reutilização na construção oferece uma solução sustentável que reduz o desperdício industrial.
Dr. Aliakbar Gholampur, engenheiro estrutural e líder do estudo, em nota.
Para ele, “além disso, o refino também evitará a potencial contaminação do solo e das águas subterrâneas e apoiará práticas de economia circular.”
DβS, subproduto da mineração de lítio, melhora propriedades do concreto e contribui para práticas sustentáveis na construção. Imagem: BJP7images/iStock
Benefícios ambientais e sustentabilidade
O aproveitamento do DβS transforma o resíduo industrial em um recurso útil, reduzindo o descarte perigoso e diminuindo a dependência de cinzas volantes, cujo uso está em declínio com o fechamento gradual de usinas de carvão.
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Esse avanço também reforça pesquisas anteriores do Dr. Gholampur sobre geopolímeros reforçados com fibras naturais e areias derivadas de resíduos, que se mostraram eficazes em misturas de concreto modernas, com alta resistência e durabilidade.
Um passo para construções mais verdes
Com a expansão da mineração de lítio para baterias de veículos elétricos e eletrônicos, o volume de DβS tende a crescer. Transformar esse resíduo em aliado da construção pode reduzir impactos ambientais e apoiar a indústria na transição para materiais mais sustentáveis.
O estudo abre portas para novas soluções de concreto ecológico, mostrando que é possível unir inovação e responsabilidade ambiental em um dos materiais mais usados do planeta.
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