Apaixonados pelo céu, preparem-se: nesta quinta-feira (4), a Lua entra na fase cheia – e o visual tende a ser ainda mais espetacular do que de costume. Isso porque esta será uma “Superlua”, a última de 2025.
Na ocasião, o satélite pode parecer cerca de 30% mais brilhante e até 14% maior do que uma Lua cheia típica. Mas, por quê?
A explicação está na forma da órbita lunar. A Lua não gira ao redor da Terra em um círculo perfeito, mas sim em uma trajetória elíptica. Isso faz com que, em certos momentos, ela esteja mais próxima do planeta (no chamado perigeu) e, em outros, mais distante (no apogeu).
O que é uma Superlua?
A Superlua acontece quando a fase cheia começa exatamente no perigeu, ou muito perto dele – que, neste mês, será atingido apenas nove horas depois, de acordo com a plataforma de observação astronômica InTheSky.org.
Em média, a distância entre a Terra e a Lua no perigeu é de cerca de 356 mil quilômetros, enquanto no apogeu pode chegar a mais de 406 mil quilômetros. Essa diferença, de aproximadamente 50 mil km, é suficiente para causar o efeito visual que tanto encanta os observadores, embora a olho nu nem sempre seja fácil perceber essa variação.
Imagem: Triff – Shutterstock (Terra/fundo) – Edição: Olhar Digital
“Mas, sem saber o quão perto o satélite precisa estar da Terra, não dá para cravar se esta ou aquela Lua cheia é uma Superlua”, afirma o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon).
Zurita explica que até existem algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha algo a ver com ele vir da astrologia. “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que, na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.
Uma Superlua espetacular sobre o Monte Boron, no lado leste de Nice, na França, registrada em 5 de novembro de 2025. Crédito: Michel Benvenuto via Spaceweather.com
Desta vez, a Lua atinge o perigeu por volta das 8h da manhã (horário de Brasília), entrando na fase cheia pouco depois das 20h, totalizando cerca de 12 horas de intervalo.
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Lua cheia tem um “nome” por mês
De acordo com o Old Farmer’s Almanac (Almanaque do Velho Fazendeiro), uma das publicações mais tradicionais dos EUA voltadas à vida no campo, a Lua cheia de cada mês do ano tem uma designação própria.
Luas cheias de 2025:
13 de janeiro: Wolf Moon (Lua do Lobo);
12 de fevereiro: Snow Moon (Lua de Neve);
14 de março: Worm Moon (Lua de Minhoca);
12 de abril: Pink Moon (Lua Rosa);
12 de maio: Flower Moon (Lua das Flores);
11 de junho: Strawberry Moon (Lua de Morango);
10 de julho: Buck Moon (Lua dos Cervos);
9 de agosto: Sturgeon Moon (Lua do Esturjão);
7 de setembro: Corn Moon (Lua do Milho);
7 de outubro: Harvest Moon (Lua da Colheita) – Superlua;
5 de novembro: Beaver Moon (Lua do Castor) – Superlua;
4 de dezembro: Cold Moon (Lua Fria) – Superlua.
Superlua de 5 de novembro de 2025, a maior do ano, fotografada em Hallwil, na Suíça. Crédito: Andreas Walker via Spaceweather.com
De acordo com o guia Starwalk.space, o nome “Lua Fria” vem da cultura indígena Mohawk e se refere à queda das temperaturas nessa época no Hemisfério Norte. Essa Lua cheia é vista como um símbolo de tranquilidade e reflexão, associada à perseverança e à força silenciosa – a capacidade de enfrentar as noites mais longas e frias e se renovar. Vale lembrar que essas interpretações são simbólicas e não científicas, estimulando a curiosidade sobre os fenômenos celestes.
No Hemisfério Norte, a Lua cheia de dezembro acontece perto do solstício de inverno, que marca a noite mais longa do ano. Por isso, também é chamada de Lua da Noite Longa. Entre os povos anglo-saxões, o solstício era celebrado com o festival de Yule, e, por isso, outro nome tradicional é Lua Antes de Yule.
Já no Hemisfério Sul, dezembro é um mês de verão, e os nomes da Lua cheia refletem a estação quente, como Lua de Morango. Outras culturas adotam diferentes designações: a Lua Amarga, na tradição chinesa; Lua de Carvalho, no inglês medieval; Lua de Neve, para os Cherokee, e Lua de Natal, na América Colonial.
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