Amazon é acusada de agravar contaminação da água nos EUA

No Condado de Morrow, em Oregon, megafazendas e indústrias de alimentos dividem espaço com uma crescente rede de centros de dados da Amazon.

Agora, moradores e especialistas temem que essa combinação esteja alimentando níveis perigosamente altos de nitratos na água potável — contaminante associado a cânceres raros e abortos espontâneos.

Data centers podem estar concentrando contaminantes ao devolver água ainda mais poluída ao sistema de esgoto – Imagem: Make more Aerials/Shutterstock

Uso intensivo de água e agravamento da contaminação

Reportagem da Rolling Stone aponta que, embora a Amazon não utilize nitratos no resfriamento de seus data centers, o alto consumo de água das instalações estaria acelerando a contaminação do aquífero da Bacia Inferior de Umatilla.

Os centros de dados retiram milhões de litros de água anualmente e devolvem o excedente ao sistema de esgoto local.

Esse esgoto, já rico em nitratos, é redirecionado para fazendas próximas. Com o solo arenoso rapidamente saturado, o contaminante infiltra-se no aquífero, elevando concentrações a níveis alarmantes — até 73 ppm em alguns poços, dez vezes acima do limite estadual.

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Segundo especialistas ouvidos pela revista, o problema se intensifica quando a própria água contaminada é usada nos sistemas de resfriamento da Amazon.

Ao passar pelos equipamentos, parte do volume evapora, mas os nitratos permanecem, aumentando ainda mais a concentração antes de retornar ao esgoto, onde chegam a registrar médias de 56 ppm.

Comunidade rural acusa Amazon de piorar qualidade da água potável; empresa nega responsabilidade (Imagem: Jim Parkin/Shutterstock)

Amazon nega responsabilidade; moradores pedem ação

A Amazon contesta a acusação. A porta-voz Lisa Levandowski classificou a reportagem como “enganosa” e afirmou que a água usada pelos data centers representa apenas uma fração mínima do sistema hídrico local. A empresa também argumenta que os problemas de contaminação são anteriores à chegada da AWS.

Apesar disso, organizações como a Oregon Rural Action dizem que a resposta do poder público tem sido lenta e insuficiente, especialmente em uma região onde 40% da população vive abaixo da linha da pobreza.

“Essas são pessoas sem poder político ou econômico e com pouco conhecimento dos riscos”, afirmou à revista a diretora da entidade, Kristin Ostrom.

Especialistas dizem que operação da AWS amplia problema antigo – Imagem: Make more Aerials/Shutterstock

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