Enquanto gigantes da tecnologia aceleram a criação de data centers para sustentar seus projetos de inteligência artificial, um grupo inesperado tem se beneficiado: os operários da construção civil.
Muitos profissionais que migraram para essas obras têm visto aumentos salariais expressivos — entre 25% e 30% em relação aos seus empregos anteriores — e, em diversos casos, ganhos ainda maiores. É isso que aponta uma reportagem do The Wall Street Journal.
Leia mais:
Novo prédio residencial gigante de 106 andares será inaugurado no Canadá
7 maiores túneis do mundo e por que foram criados na China, Austrália e mais
Como novos químicos estão transformando data centers – e o que isso significa para a saúde
Histórias de quem trocou o cotidiano por obras de alto valor
A reportagem traz como exemplo um homem de 51 anos, cujo nome é DeMond Chambliss, que abandonou seu pequeno negócio de drywall em Columbus, Ohio, para assumir a supervisão de uma equipe de 200 trabalhadores em um canteiro de data center. Hoje, ele acumula mais de US$ 100 mil (cerca de R$ 534 mil) por ano — uma mudança radical em seu padrão de vida.
Em outros casos, como o de Marc Benner, de 60 anos, um especialista em segurança elétrica em Oregon, os ganhos chegam a US$ 225 mil (aproximadamente R$ 1,2 milhão) anuais; já o eletricista Andrew Mason, responsável por seis data centers na Virgínia do Norte ultrapassa os US$ 200 mil (por volta de R$ 1 milhão) por ano.
Benefícios além do salário: conforto e bônus para atrair mão de obra
Outro ponto destacado pelo jornal é que aumento de renda não é o único atrativo. Empresas envolvidas com a construção desses centros têm oferecido incentivos para compensar a escassez dos trabalhadores qualificados. Entre os benefícios estão barracas aquecidas para pausas, bônus diários, almoço gratuito no local e, em alguns casos, US$ 100 a mais por dia. Há também cargos remotos de gestão de projetos.
Demanda crescente e falta de profissionais
A pressa para erguer dezenas de data centers tem como causa direta a corrida por capacidade computacional para IA realizada por empresas como Amazon, Google e Microsoft.
Enquanto isso, o setor de construção declara carência de cerca de 439 mil profissionais qualificados, principalmente eletricistas e encanadores, o que pressiona as empresas a oferecerem salários e benefícios muito acima da média habitual.
Esse descompasso entre demanda e oferta de mão de obra especializada transformou os canteiros de data centers em um verdadeiro “ouro” para quem atua na construção: uma oportunidade rara de estabilidade, valorização profissional e salário alto.
O post Trabalhadores da construção civil lucram com o boom da IA apareceu primeiro em Olhar Digital.
