A Polícia Federal deflagrou a Operação Power OFF nesta quarta-feira (03). O objetivo é desarticular uma associação criminosa especializada em ataques cibernéticos do tipo DDoS (Negação de Serviço Distribuída).
A ação mira administradores de plataformas ilegais e clientes que contrataram os serviços para derrubar sites e sistemas. São cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária em quatro cidades no Brasil.
O grupo é responsável por ofensivas digitais contra órgãos estratégicos nacionais, como a própria PF, o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), a Dataprev e o Centro Integrado de Telemática do Exército Brasileiro.
As investigações contaram com a cooperação até do FBI, dos Estados Unidos.
PF cumpriu mandados em quatro estados contra administradores e clientes do esquema
A Operação Power OFF (“desligar a energia”, em tradução livre) foi deflagrada para desmantelar uma associação criminosa que vendia ataques DDoS sob demanda.
Foram expedidos quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, cumpridos em São Paulo (SP), São Caetano do Sul (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Tubarão (SC).
Os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa e interrupção ou perturbação de serviço telemático ou de informação de utilidade pública, previstos na legislação penal brasileira.
A ação é conjunta e envolve polícias, agências de aplicação da lei e entidades acadêmicas. O objetivo é reforçar o compromisso da PF no combate a crimes cibernéticos que ameaçam infraestruturas estratégicas do país, segundo a corporação.
Ataque DDoS sobrecarrega sites e é vendido sob demanda por plataformas ilegais
Em ataques DDoS (Negação de Serviço Distribuída), criminosos geram milhões de acessos simultâneos falsos a um site ou sistema.
O objetivo é sobrecarregar o servidor para deixar o serviço fora do ar ou extremamente lento. Assim, seus recursos ficam indisponíveis para usuários de verdade. Diferente de uma invasão, o DDoS não rouba dados. Ele simplesmente derruba o alvo.
Esses ataques sob demanda são conhecidos como booters e stressers. E plataformas ilegais permitem que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico, contrate ataques DDoS mediante pagamento.
Os serviços são hospedados em servidores de nuvem distribuídos em diversos países e utilizados por agentes em escala mundial.
Tais ataques podem prejudicar serviços essenciais do governo, atrasar atendimentos e colocar em risco a segurança de informações sensíveis.
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PF também investiga ataques DDoS contra deputados que apoiaram o PL Antiaborto
A Polícia Federal deflagrou a Operação Intolerans, na terça-feira (02), para investigar ataques cibernéticos do tipo DDoS contra sites de deputados federais que apoiaram o Projeto de Lei nº 1904/2024 (PL Antiaborto). Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
A ofensiva coordenada dos criminosos gerou instabilidade e períodos de indisponibilidade nos sites dos parlamentares, o que afetou a comunicação institucional e a atuação legislativa.
Entre os deputados afetados estão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teve o site invadido e substituído por uma publicação antiga do presidente Lula no X/Twitter, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), cujo site foi derrubado por instabilidade no servidor.
A página de Bia Kicis (PL-DF) saiu do ar após sobrecarga, e o domínio do Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) ficou inacessível por um erro interno.
Outros parlamentares como Júlia Zanatta (PL-SC), Greyce Elias (Avante-MG) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, também relataram invasões na época da discussão do texto.
A operação visa identificar e responsabilizar os envolvidos na ação criminosa. A ação contou com o apoio de parceiros estrangeiros por meio de cooperação jurídica internacional. E a PF prossegue com as investigações para assegurar a responsabilização dos autores.
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