Sucuris têm o mesmo tamanho há 12 milhões de anos, aponta estudo

Imagine estar andando por aí e se deparar com uma sucuri (Eunectes) com cerca de cinco metros. Assustador, não é mesmo? Mas essa cena não era comum apenas do nosso cotidiano. Pesquisadores descobriram que as anacondas mantêm o mesmo tamanho gigantesco desde quando surgiram pela primeira vez em registros fósseis, há cerca de 12 milhões de anos, no período Mioceno Médio.

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O artigo liderado por pesquisadores europeus e venezuelanos foi publicado nessa segunda-feira (1°/12) na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology.

Durante o Mioceno Médio e Superior – entre 5,3 e 12,4 milhões de anos atrás –, as temperaturas eram mais suaves e a oferta de alimento era grande, fatores que ajudaram no crescimento de muitas espécies. No entanto, poucas sobreviveram até os dias atuais e seus parentes modernos são menores.

“Outras espécies, como crocodilos gigantes e tartarugas gigantes, foram extintas desde o Mioceno, provavelmente devido ao resfriamento das temperaturas globais e à redução de seus habitats. Mas as sucuris gigantes sobreviveram — elas são extremamente resistentes”, explica o coautor do estudo, Andrés Alfonso-Rojas, em comunicado.

Também chamadas de anacondas, as sucuris atuais fazem parte do grupo de serpentes mais pesado do mundo devido ao tamanho, entre quatro e cinco metros de comprimento. Alguns exemplares podem chegar até mais de seis metros.

Investigação sobre evolução das sucuris

Ainda não é certeza se as anacondas antigas eram maiores ou se tamanho atual apenas se manteve. Em busca de respostas, foram medidas 183 vértebras fossilizadas de ao menos 32 exemplares coletados na Venezuela. Também foi usada a reconstrução de estado ancestral, uma técnica para prever o comprimento do corpo das serpentes.

De acordo com os resultados obtidos, há milhões de anos as sucuris tinham em média 5,2 metros de comprimento, um tamanho praticamente idêntico ao atual. “Este é um resultado surpreendente porque esperávamos encontrar sucuris antigas com sete ou oito metros de comprimento”, diz Alfonso-Rojas.

Ainda não foi possível descobrir o motivo por trás da manutenção de comprimento, porém estima-se que as temperaturas mais frias e a redução de habitats não foram capazes de “encolher” as gigantes.

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