Cachoeira mais alta do mundo fica na Venezuela – e conhecê-la é um desafio

A mais de 500 km da capital Caracas, em uma região isolada do sudeste da Venezuela, fica um dos tesouros naturais mais impressionantes do planeta: Salto Ángel, a cachoeira mais alta do mundo, com 979 metros separando o topo da base.

A queda d’água fica no interior do Parque Nacional Canaima, um Patrimônio Natural da Humanidade da Unesco composto por 3 milhões de hectares na fronteira da Venezuela com a Guiana e o Brasil.

Uma combinação de características únicas ao longo de bilhões de anos possibilitou a diferença de altura que tornou Ángel tão famosa. Primeiro, a falha geológica na crosta terrestre, que originou o chamado Escudo das Guianas (uma extensa área que engloba o sudeste venezuelano, o norte do Amazonas e o estado do Amapá, além da própria Guiana, de Suriname e da Guiana Francesa) e, dentro dele, o planalto de Auyán-Tepuí, onde fica a queda d’água. Depois, a rocha foi sendo escavada ainda mais pelo gradual processo de erosão conduzido pelo Rio Churún, na base da cachoeira.

Uma longa queda: 979 metros separam o topo do Salto Ángel de sua base. Mas, para ver lá de cima, é preciso arranjar um passeio de helicópteroLuis Carillo/Wikimedia Commons

Conhecida entre os povos originários e entre alguns militares venezuelanos que mapearam a área, a catarata demorou para ganhar notoriedade devido à sua localização remota. A fama global só veio em 1933, quando o piloto norte-americano Jimmie Angel sobrevoava a região em uma missão exploratória para identificar jazidas de minérios e relatou, impressionado, o que havia visto.

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Angel ficaria para sempre associado ao local. A queda d’água recebeu seu nome e, quando ele morreu, suas cinzas foram espalhadas sobre o local. Em 2009, Hugo Chávez propôs rebatizar a área com um nome indígena, mas a ideia não pegou. A sugestão era passar a chamar o Salto Ángel de Kerepakupai-Merú, termo na língua do povo pemon que significa “cachoeira do lugar mais profundo”.

Como visitar Salto Ángel

Chegar ao Santo Ángel nunca foi fácil, mas se tornou um desafio quase impossível nos últimos anos, com o recrudescimento da crise na Venezuela e as restrições de viagens cada vez maiores. Em novembro de 2025, diversas companhias aéreas, incluindo a brasileira Gol, tiveram suas licenças de operação no país suspensas após interromperem voos regulares, citando razões de segurança.

Pequenas embarcações motorizadas levam até o pé da cachoeira, mas ainda é preciso fazer uma trilha a pé para a aproximação finalPaulo Capiotti/Wikimedia Commons

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Mas, para quem consegue entrar no país e começa a jornada por Caracas, o roteiro costuma envolver diferentes viagens de avião e barco até alcançar o Parque Nacional Canaima. Como não há estradas conectando a capital do país ao parque, o jeito mais tradicional é iniciar o trajeto com uma viagem aérea de Caracas até o pequeno Aeroporto de Canaima, a pista de pouso mais próxima do Salto Ángel, a 46 km da queda d’água. Quem opera esse trecho é a Conviasa, a empresa aérea estatal venezuelana.

Uma vez lá, a sequência do trajeto é de lancha motorizada, seguindo o Rio Churún. O aeródromo fica rio abaixo, então a viagem segue contra a correnteza até atingir a base das cataratas. Ainda é preciso fazer uma trilha pelo mato que dura entre 45 minutos e uma hora até chegar ao melhor local no pé da cachoeira. Já visitar o topo da cachoeira é ainda mais difícil e custoso, exigindo a contratação de um serviço de helicóptero ainda em Canaima para vê-la de cima e pousar no planalto.

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