Um robô que assume o papel de chef de cozinha dentro de casa já não é mais apenas um conceito futurista. Equipamentos como o Posha mostram como a automação e a inteligência artificial começam a ocupar espaço real nas cozinhas, prometendo refeições caseiras prontas enquanto o usuário trabalha, cuida da família ou simplesmente descansa.
A proposta é ambiciosa: cozinhar de forma autônoma, com mínima intervenção humana, mantendo sabor e qualidade próximos ao preparo tradicional. As informações são do The Verge.
O Posha é um eletrodoméstico de bancada que combina visão computacional, braço robótico e sistemas automatizados de dosagem de ingredientes para preparar pratos completos do início ao fim. O processo começa com a escolha da receita em uma tela integrada ou aplicativo, seguida da colocação prévia dos ingredientes em recipientes específicos. A partir daí, o robô assume o controle, ajustando tempo, temperatura e mistura conforme analisa cor, textura e consistência dos alimentos.
Um robô chef de cozinha que trabalha sozinho
Na prática, o Posha reproduz etapas típicas de um cozinheiro humano. Ele refoga, adiciona líquidos, incorpora massas ou proteínas, dosa temperos e mexe o preparo com precisão. O sistema foi pensado para funcionar como um chef de cozinha robô, capaz de adaptar o preparo em tempo real, assim como uma pessoa faria ao perceber que um molho está seco demais ou que um ingrediente ainda não atingiu o ponto ideal.
Mesmo pratos considerados trabalhosos, como curries, risotos ou massas cremosas, podem ser preparados sem que o usuário precise permanecer diante do fogão. O equipamento mantém a comida aquecida após o término do preparo, mexendo ocasionalmente para preservar textura e frescor até a hora de servir. A proposta central é devolver tempo ao usuário, especialmente a famílias que enfrentam rotinas longas de trabalho e pouco espaço para cozinhar diariamente.
Segundo o conceito apresentado pela empresa, o robô não substitui completamente o cozinheiro humano, já que o preparo prévio dos ingredientes ainda é necessário. Cortar, pesar e organizar alimentos fazem parte do processo. Ainda assim, o tempo ativo gasto na cozinha é significativamente reduzido, já que o acompanhamento constante do cozimento deixa de ser necessário.
Vantagens, limitações e o custo da automação
O Posha é vendido como um produto premium. O preço elevado e a necessidade de assinatura mensal refletem o caráter experimental e de nicho do dispositivo. Além disso, o robô depende de conexão com a internet para iniciar o preparo das receitas, pois o sistema de inteligência artificial opera majoritariamente na nuvem, embora exista um modo local de contingência para finalizar pratos em caso de queda de conexão.
Entre os pontos que chamam atenção na experiência estão:
preparo totalmente autônomo após a inserção dos ingredientes;
resultados consistentes, com pratos descritos como saborosos e bem executados;
biblioteca com mais de mil receitas disponíveis;
economia de tempo no dia a dia;
necessidade de limpeza frequente e espaço considerável na bancada.
Por outro lado, há limitações claras. O robô trabalha apenas com receitas de uma panela, o que restringe alguns tipos de preparo. Carnes precisam ser cortadas antes, não há grelha ou selagem direta de peças inteiras, e a variedade de receitas é mais ampla em cozinhas específicas, como a indiana e a italiana. Além disso, o tamanho do aparelho e a ausência de controles físicos podem ser um obstáculo para algumas cozinhas.
Mesmo com essas restrições, a proposta do robô chef de cozinha vai além da conveniência. Ele aponta para uma mudança cultural semelhante à que ocorreu com o micro-ondas no passado ou com os serviços de kits de refeição mais recentemente. Em cada época, novas tecnologias surgiram para resolver o mesmo problema: como manter refeições caseiras em meio a rotinas cada vez mais apertadas.
O Posha não elimina o prazer de cozinhar para quem aprecia o processo, mas oferece uma alternativa para momentos em que o cansaço ou a falta de tempo tornam essa tarefa inviável. Ao assumir funções repetitivas e exigir apenas supervisão mínima, o robô se posiciona como um assistente culinário avançado, não como um substituto completo do cozinheiro humano.
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Como toda tecnologia conectada, ele também levanta questionamentos sobre dependência de software, atualizações e a longevidade de um produto atrelado a uma startup. Ainda assim, como demonstração prática do que já é possível fazer hoje, o Posha funciona como um sinal claro de que a ideia de ter um chef de cozinha robô em casa está deixando o campo da ficção científica para se tornar uma realidade concreta — ainda cara, ainda limitada, mas cada vez mais próxima do cotidiano.
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