Quando a bombeira e paramédica Kate Crawford, da Pensilvânia, Estados Unidos, começou a sentir dores frequentes de cabeça e um cansaço intenso, ela acreditou que os sintomas eram reflexo da rotina puxada de mãe.
Aos 26 anos, Kate cuidava de três filhos pequenos e acreditava que não estar bem fazia parte da maternidade. Mas os sintomas persistiram e escondiam um diagnóstico grave: câncer de mama em estágio 4, já espalhado pelo corpo.
Além das dores de cabeça, a paramédica também sentia desconfortos no estômago e dores fortes nas costas, que chegaram a levá-la ao pronto-socorro. Mesmo assim, tudo foi tratado como estresse e exaustão.
“Presumi que era a maternidade”, contou em entrevista à revista People. Ainda assim, algo parecia fora do normal.
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Durante um exame ginecológico de rotina, ela comentou sobre sensações estranhas no corpo. O médico pediu uma mamografia, exame de imagem usado para identificar alterações nas mamas. O resultado levantou suspeitas, e uma biópsia — análise de um fragmento do tecido — foi solicitada.
Pouco depois, Kate recebeu a ligação que mudaria sua vida: o exame confirmou câncer de mama. O choque foi ainda maior quando os médicos explicaram que a doença já havia se espalhado para várias partes do corpo, incluindo ombros, costelas, fígado, pelve, coluna e ambas as mamas.
O diagnóstico foi de câncer de mama metastático, o estágio mais avançado da doença. Na época, os médicos estimaram uma expectativa de vida de 18 a 24 meses. Kate tinha apenas 28 anos.
O câncer de mama ocorre quando células da mama passam a crescer de forma descontrolada. Em muitos casos, a doença pode não causar sintomas claros no início. Quando o câncer se espalha para outros órgãos, é chamado de metastático, o que torna o tratamento mais complexo e contínuo.
Principais sintomas do câncer de mama
Aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, nas mamas.
Edema na pele, que fica com aparência de casca de laranja.
Retração da pele.
Dor.
Inversão do mamilo.
Descamação ou ulceração do mamilo.
Secreção transparente, rosada ou avermelhada que sai do mamilo.
Linfonodos palpáveis na axila.
Mesmo diante do prognóstico difícil, Kate iniciou quimioterapia semanal em 2013 e decidiu focar no que ainda poderia viver com a família. A paramédica criou uma lista de sonhos e momentos importantes que queria compartilhar com os filhos — desde viagens até acompanhá-los em fases simples do crescimento.
O que parecia improvável aconteceu: mais de 13 anos depois, Kate segue viva e em tratamento contínuo. Hoje, aos 41 anos, ela sabe que o câncer ainda representa um risco, mas celebra cada ano a mais ao lado dos filhos, agora adolescentes.
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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens
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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico
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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos
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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira
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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas
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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada
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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios
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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito
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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido
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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas
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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença
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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes
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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade
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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico
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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica
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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente
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A história ficou ainda mais desafiadora quando o filho mais novo de Kate, Stephen, foi diagnosticado com paralisia cerebral e, mais tarde, com um tumor cerebral, reforçando a resiliência da família.
Atualmente, Kate compartilha sua trajetória pelas redes sociais para alertar outras mulheres sobre a importância de não ignorar sintomas persistentes, mesmo quando parecem comuns ou explicáveis pelo cansaço do dia a dia. Para ela, insistir em exames e ouvir o próprio corpo pode fazer toda a diferença.






