Inteligência social pode ser a chave para o futuro da robótica

Os robôs estão cada vez mais presentes no cotidiano, seja em hospitais, fábricas ou no ambiente doméstico. No entanto, para que humanos confiem de fato nessas máquinas e colaborem com elas, não basta que executem tarefas com precisão.

É preciso que consigam compreender intenções, preferências e necessidades humanas.

Esse é o foco de um novo trabalho liderado pelo pesquisador Mehdi Hellou no âmbito do projeto PRIMI, que investiga como robôs podem desenvolver uma espécie de “teoria da mente” — a capacidade de inferir estados mentais humanos, como crenças e objetivos.

Avanço científico mira máquinas mais empáticas, seguras e úteis no cotidiano (Imagem: Sunday Robotics)

A proposta é criar sistemas autônomos capazes de antecipar quando alguém precisa de ajuda, adaptar seu comportamento ao longo do tempo e responder de forma mais socialmente adequada.

Robôs que combinam movimento e raciocínio

Para avançar nessa direção, os pesquisadores combinam conhecimentos de psicologia, neurociência e inteligência artificial (IA).

A ideia é integrar inteligência motora, responsável por como o robô se move e interage fisicamente com o ambiente, à inteligência cognitiva, ligada ao raciocínio e à tomada de decisões.

“É fundamental desenvolver sistemas autônomos que auxiliem as pessoas no dia a dia, mas, também, em contextos críticos, como na área da saúde ou no descomissionamento de resíduos nucleares”, afirma Hellou.

Segundo ele, isso exige máquinas capazes de adaptar seu comportamento a diferentes usuários e cenários.

Tecnologia pode transformar aplicações em saúde, fábricas, reabilitação e ambientes críticos (Imagem: IM Imagery/Shutterstock)

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Testes em reabilitação e aplicações futuras na robótica

Os avanços mais recentes do grupo foram publicados na revista ACM Transactions on Human-Robot Interaction. A próxima etapa do projeto envolve estudos clínicos piloto em reabilitação pós-AVC, nos quais robôs humanoides poderão apoiar pacientes durante o processo de recuperação.

Se os resultados forem positivos, o PRIMI pode ajudar a inaugurar uma nova geração de robôs socialmente conscientes — sistemas que aprendem em tempo real, interagem de forma mais natural e se tornam mais confiáveis e acessíveis para uso em situações sensíveis e complexas.

Nova abordagem promete tornar a interação humano-robô mais natural e eficiente (Imagem: Stock-Asso/Shutterstock)

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