Onda de calor: saiba quando a temperatura vira emergência de saúde

Uma onda de calor severa que se iniciou na véspera de Natal (24/12) no Rio de Janeiro tem levado uma média de 450 pessoas todos os dias a buscar atendimentos de urgência por conta da temperatura. A gravidade da situação na capital fluminense e nos municípios ao redor levou o governo do Estado a passar a considerar o calor extremo no estado como situação de emergência em saúde pública.

A afirmação ocorreu durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (29/12) em que a secretária de Estado de Saúde, Cláudia Mello, informou que as medidas foram tomadas para reduzir riscos à população. A ameaça das altas temperaturas à saúde é tão séria que o calor extremo pode matar.

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Até quando vai a onda de calor extremo? Veja previsão e temperaturas

Ondas de calor podem se tornar emergências públicas especialmente ao atingirem nível 3, que marca o calor extremo, quando os termômetros registram por três dias consecutivos de 36º a 40º C e a sensação térmica pode se aproximar dos 50º C. Ainda não há previsão de alívio nas temperaturas para os cariocas.

“O excesso de calor provoca uma reação generalizada. O corpo manda mais sangue para a pele tentando abaixar a temperatura, o que tira o suprimento de órgãos fundamentais. Além disso, com o excesso de suor, o corpo perde água, sódio e outros minerais que levam a uma desidratação e a uma potencial falência renal”, alerta o cardiologista e médico do esporte Ricardo Contesini, de São Paulo.

O que fazer para diminuir riscos da onda de calor?

A Defesa Civil do Rio de Janeiro publicou uma lista de recomendações de estratégias para lidar com o aumento extremo das temperaturas na cidade. São elas:

Aumente a ingestão de água, mesmo sem ter sede.
Consuma alimentos leves como frutas e saladas.
Utilize roupas leves e frescas.
Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar.
Evite a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h.
Use protetor solar e faça reforços do produto a cada duas horas ou sempre que entrar na água.
Use roupas protetoras para evitar queimaduras.
Em caso de mal-estar, tontura ou demais sintomas provocados em decorrência do estresse térmico, procure uma unidade de saúde.

O que está sendo feito no Rio de Janeiro?

Como parte da resposta à emergência, o governo do estado criou uma força tarefa com atuação em diversas áreas, incluindo equipes de motolâncias (paramédicos de moto) que foram distribuídos pela cidade para intervenções rápidas. Também foram criados prontos-socorros para atendimento em UPAs especializados em reidratação com sais e reforço hídrico.

O plano estadual prevê ainda a distribuição de 10 mil litros de água em áreas de grande circulação, incluindo parques e grandes estações de transporte público. Além disso, o governo se comprometeu a fazer a emissão diária de alertas e orientações aos municípios que tiverem previsões de temperaturas mais altas.

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Para enfrentar o calor, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas bebam bastante água, evitem atividades físicas e exposição ao sol em horários mais quentes do dia

Hugo Barreto/Metrópoles2 de 4

Roupas leves, feitas de tecidos que permitam o corpo transpirar, são as mais recomendadas

@igoestrela/Metrópoles 3 de 4

Também se deve evitar a exposição direta ao sol

Breno Esaki/Metrópoles4 de 4

A população deve evitar a prática de atividades ao ar livre das 10h às 17h

Igo Estrela/Metrópoles

Como saber que estou passando mal de calor?

Os sintomas mais frequentes incluem tontura, fraqueza e desmaios e dependem da exposição direta ao sol. Para aqueles que saem ao ar livre, os sintomas de queimadura solar geralmente se desenvolvem de duas a seis horas após a exposição.

“A pele fica quente, vermelha, inchada, sensível e até com bolhas. Também é possível desenvolver desidratação, desequilíbrios eletrolíticos, com náuseas, febre e até desmaios. Distúrbios visuais, confusão mental e fraqueza também servem como sinais de alerta para casos graves em que a busca por auxílio médico é fundamental, já que, em casos raros, a reação pode ser potencialmente fatal”, conclui a dermatologista Jade Cury, presidente da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-SP).