Guia Astronômico de 2026: eclipses, chuvas de meteoros, Superluas e eventos para ficar de olho

O ano de 2026 terá eventos astronômicos incríveis ao longo dos meses. Entre as surpresas estão dois eclipses lunares, várias chuvas de meteoros com destaque para aquelas mais favoráveis ao hemisfério sul, encontros aparentes entre planetas e a Lua e três Superluas. A seguir, veja as principais datas e o que pode ser observado em cada ocasião.

Eclipses

Entre os próximos eclipses solares, uma terça-feira de Carnaval bem diferente contará com uma presença ilustre nos céus de alguns locais privilegiados no Brasil. Crédito: Imagem gerada por IA/Gemini

17 de fevereiro: Eclipse solar anular. Exclusivamente no Hemisfério Sul, com a fase anular (o momento em que se forma o “Anel de Fogo”) cruzando diretamente o interior do continente da Antártida. Extremo sul da América do Sul e sul do continente africano poderão presenciar o eclipse na fase parcial. A área de visibilidade abrange também o sul de Madagascar e vastas extensões dos oceanos Antártico, Índico e Atlântico Sul.

3 de março – Eclipse Lunar Total (Lua de Sangue). O principal evento lunar do ano para os brasileiros será um eclipse lunar total, visível em todo o país. Na noite do dia 3, avançando pela madrugada do dia 4, a Lua atravessará completamente a sombra da Terra. Durante a fase total, o satélite natural pode adquirir tons avermelhados ou acobreados, resultado da dispersão da luz solar pela atmosfera terrestre. O fenômeno será totalmente seguro para observação a olho nu.

12 de agosto: Eclipse solar total, considerado um dos mais relevantes da década. O Sol poderá ser visto totalmente encoberto no Ártico, na Groenlândia, na Islândia, no norte da Espanha e em uma pequena parte de Portugal. Já a fase parcial será observável em todo o restante da Europa, no norte da África e no leste da América do Norte.

28 de agosto – Eclipse Lunar Parcial. Na noite de 28 de agosto, um eclipse lunar parcial será visível no Brasil. O país inteiro está na área de melhor visibilidade, o que significa que moradores de todas as regiões do país poderão acompanhar o fenômeno do início ao fim.

Como o eclipse ocorrerá na madrugada, a Lua estará bem alta no céu, facilitando a observação da sombra da Terra cobrindo parte do disco lunar. Além da América do Sul, o evento também será observável com clareza em toda a América do Norte, Europa e África.

Chuvas de meteoros

Julho encerra com espetáculo luminoso duplo no céu: as chuvas de meteoros Alfa Capricornídeas e Delta Aquáridas do Sul atingem o pico nesta semana. Crédito: Jan Garbers – Shutterstock

Quadrântidas (3 de janeiro):
Uma das chuvas mais intensas do ano em termos de pico, embora de curta duração. As Quadrântidas podem produzir dezenas de meteoros por hora em condições ideais. No Brasil, entretanto, a observação é limitada, pois o radiante permanece baixo no horizonte norte antes do amanhecer, reduzindo significativamente a quantidade de meteoros visíveis.

Líridas (23 de abril):
Ativa há mais de dois milênios, as Líridas estão associadas ao cometa Thatcher. Produzem meteoros rápidos e, ocasionalmente, muito brilhantes, conhecidos como bolas de fogo. No Brasil, a taxa observável costuma ser moderada, com melhor visualização durante a madrugada.

Eta Aquáridas (pico: 6 de maio):
Considerada a melhor chuva de meteoros do ano para o hemisfério sul, as Eta Aquáridas estão associadas aos detritos deixados pelo cometa Halley. Produzem meteoros muito rápidos e frequentemente brilhantes, que cruzam o céu em alta velocidade. No Brasil, a observação é favorecida nas horas que antecedem o amanhecer, especialmente entre 3h e 5h da madrugada, quando a constelação de Aquário está mais alta no céu.

Delta Aquáridas do Sul (pico: 30/31 de julho):
Ativa durante várias semanas entre julho e agosto, esta chuva apresenta meteoros de brilho moderado, porém com frequência constante. O pico ocorre na virada dos dias 30 para 31 de julho. No Brasil, a observação é favorecida a partir das 22h, estendendo-se até o amanhecer. É uma das chuvas mais confiáveis do inverno no hemisfério sul.

Perseidas (13 de agosto):
Considerada a chuva de meteoros mais famosa do mundo, as Perseidas têm origem nos detritos do cometa Swift-Tuttle. No hemisfério norte, chegam a produzir dezenas de meteoros por hora, mas no Brasil sua visibilidade é prejudicada pela baixa elevação do radiante. Ainda assim, alguns meteoros mais brilhantes podem ser vistos nas horas finais da madrugada.

Leônidas (18 de novembro):
Associadas ao cometa Tempel-Tuttle, as Leônidas são conhecidas por episódios históricos de tempestades de meteoros. Em 2026, porém, a atividade prevista é modesta. Os meteoros são extremamente rápidos e costumam deixar rastros curtos e intensos, com melhor observação antes do amanhecer.

A recomendação para todas as chuvas é observar a partir de locais escuros, longe da iluminação urbana, permitindo que a visão se adapte à escuridão por pelo menos 20 a 30 minutos.

Planetas e alinhamentos

Sistema Solar (Imagem: Paopano/Shutterstock)

12 de junho – Trio no Crepúsculo:
Logo após o pôr do Sol, por volta das 18h, Vênus, Júpiter e Mercúrio aparecerão relativamente próximos no horizonte oeste. Vênus será o objeto mais brilhante do conjunto, facilitando a identificação do alinhamento, visível a olho nu.

18 de abril – Encontro Matutino:
Nas primeiras horas da manhã, por volta das 5h, Saturno, Marte e Mercúrio formarão um agrupamento visível a leste. Netuno também estará na mesma região do céu, mas sua observação exigirá o uso de telescópio, devido ao baixo brilho.

Semana dos Planetas (6 a 14 de setembro):
Durante esse período, a Lua passará sucessivamente próxima a Vênus, Marte, Júpiter e Saturno no céu do início da noite. O fenômeno facilita a localização dos planetas e proporciona belas configurações celestes ao longo da semana.

Imagem: BILL STEFANIS/Shutterstock

Superluas

A Superlua acontece quando a fase cheia começa exatamente no perigeu, ou muito perto dele – que, neste mês, será atingido apenas nove horas depois, de acordo com a plataforma de observação astronômica InTheSky.org.

Em média, a distância entre a Terra e a Lua no perigeu é de cerca de 356 mil quilômetros, enquanto no apogeu pode chegar a mais de 406 mil quilômetros. Essa diferença, de aproximadamente 50 mil km, é suficiente para causar o efeito visual que tanto encanta os observadores, embora a olho nu nem sempre seja fácil perceber essa variação. Em 2026, teremos três.

3 de janeiro – Superlua de janeiro:
A primeira Superlua de 2026 ocorrerá em janeiro, quando a Lua cheia do lobo coincidirá com o perigeu, o ponto mais próximo da Terra em sua órbita. Nessas condições, o disco lunar aparecerá ligeiramente maior e mais brilhante do que o habitual. O efeito visual é sutil, mas perceptível, sobretudo quando a Lua estiver baixa no horizonte durante o nascer ou o pôr.

25 de novembro – Superlua de novembro (Lua do Castor):
A Lua cheia ocorrerá próxima ao perigeu, o ponto de sua órbita mais próximo da Terra. Nessa condição, o disco lunar parecerá ligeiramente maior e até cerca de 10% mais brilhante do que uma Lua cheia comum. O efeito é mais perceptível quando a Lua está próxima ao horizonte.

24 de dezembro – Superlua de Natal:
A Lua cheia da noite de Natal será a Superlua mais intensa de 2026, coincidindo com uma aproximação ainda maior da Terra. O satélite natural aparecerá visualmente maior e mais luminoso, criando um cenário marcante no céu noturno.

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