Os dados da produção industrial no Brasil apontaram recuo de 0,5% em maio, na comparação com abril. O levantamento considerou números livres de efeitos sazonais. Esse desempenho acompanhou as projeções do mercado financeiro, que já estimava retração próxima. Frente ao mesmo mês de 2024, o setor cresceu 3,3%. Entre janeiro e maio, o acumulado mostrou alta de 1,8%. Em 12 meses, a expansão chegou a 2,8%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou os números nesta quarta-feira, 2.
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Alguns sinais de enfraquecimento surgiram nos levantamentos anteriores. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou, no início de junho, a primeira queda no emprego industrial desde setembro de 2023. Entre março e abril, o número de vagas diminuiu 0,4%.
O resultado negativo da produção refletiu quedas em três das quatro grandes categorias econômicas pesquisadas pelo IBGE. Dos 25 ramos monitorados, 13 registraram retração. O segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias recuou 3,9%. A produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis caiu 1,8%. Outros desempenhos negativos incluíram alimentos, com queda de 0,8%; produtos de metal, que perderam 2,0%; bebidas, que encolheram 1,8%; vestuário, com baixa de 1,7%; e móveis, que cederam 2,6%.
Em contrapartida, as indústrias extrativas avançaram 0,8% e emplacaram a quarta alta consecutiva. Entre fevereiro e maio, o crescimento acumulado atingiu 9,4%. Outros setores contribuíram com resultados positivos, como produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que cresceram 3,0%. Borracha e plástico subiram 1,6%. Artefatos de couro, artigos para viagem e calçados aumentaram 3,2%. Produtos químicos tiveram elevação de 0,6%.
O desempenho das categorias econômicas mostrou comportamento desigual. Somente bens intermediários registraram crescimento em maio, com alta de 0,1%. Bens de consumo duráveis apresentaram retração de 2,9%. Bens de capital recuaram 2,1%. Bens de consumo semi e não duráveis caíram 1,0%. A média móvel trimestral do total da indústria teve alta de 0,2%, mantendo trajetória positiva iniciada em fevereiro.
A comparação com maio de 2024 evidenciou ganho de 3,3% no total da produção. Três das quatro categorias sustentaram esse avanço. Bens de consumo duráveis lideraram com alta de 15,4%. Bens intermediários cresceram 5,4%, enquanto bens de capital subiram 0,8%. Bens de consumo semi e não duráveis apresentaram recuo de 2,9%.
No recorte por setor, destacaram-se indústrias extrativas, com elevação de 8,7%; veículos, que avançaram 12,2%; máquinas e equipamentos, com alta de 12,6%; e produtos químicos, que subiram 6,8%. O segmento de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis puxou a principal queda, com recuo de 7,2%, influenciado pela menor produção de etanol.
O acumulado dos primeiros cinco meses de 2025 revelou liderança dos bens de consumo duráveis, que cresceram 10,0%. A fabricação de automóveis teve alta de 11,9%. Eletrodomésticos da linha marrom subiram 10,2%. Bens intermediários avançaram 2,3%. Bens de capital aumentaram 1,9%.
Bens de consumo semi e não duráveis recuaram 1,2%. No balanço setorial, indústrias extrativas, veículos, máquinas, produtos químicos e metalurgia sustentaram o desempenho positivo. Em sentido oposto, coque, derivados de petróleo e biocombustíveis exerceram a maior pressão negativa sobre o resultado geral.
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