Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o Telescópio Espacial Hubble completou 35 anos de atividade em abril. Desde o lançamento em 1990, o equipamento tem sido responsável por algumas das imagens mais icônicas do Universo e por descobertas impressionantes. A mais recente delas trata-se de um buraco negro 174 milhões de vezes mais massivo que o Sol.
Esse monstro cósmico foi encontrado na galáxia UGC 11397, localizada a cerca de 250 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Lyra. Embora pareça uma simples galáxia espiral (estrutura cósmica composta por dois braços rotativos, alinhados com estrelas e entrelaçados por faixas escuras de poeira), ela tem um centro extremamente ativo e energético. E é ali que o burago negro colossal habita.
Buraco negro supermassivo está devorando tudo ao redor
O Hubble conseguiu captar a radiação emitida por esse buraco negro, mesmo ele estando envolto por poeira e gás. A atividade intensa em seu núcleo libera raios-X e outras formas de energia invisíveis à luz comum, mas visíveis por instrumentos avançados como os do observatório veterano da NASA.
Essa radiação é gerada porque o buraco negro está “se alimentando” da matéria ao seu redor. Gás, poeira e estrelas são puxados pela força gravitacional e, nesse processo, emitem grandes quantidades de energia, tornando o centro da galáxia altamente brilhante e instável, o que recebe o nome de núcleo galáctico ativo (AGN, na sigla em inglês).
An active galaxy is distinguished from a typical galaxy by a small core of emission from its center, which is considerably brighter than the rest of the galaxy. 🌟 pic.twitter.com/oai2n5RaUm
— NASA Universe (@NASAUniverse) March 15, 2021
Por conta dessas características, a galáxia UGC 11397 foi classificada como Seyfert Tipo 2. Segundo a NASA, esse tipo de galáxia tem centros luminosos, mas encobertos por poeira. É justamente essa barreira que dificulta a observação direta do buraco negro em luz visível.
Apesar disso, a radiação de alta energia escapa dessas nuvens e permite que os cientistas investiguem o que está acontecendo e possam entender melhor como buracos negros crescem e interagem com o ambiente ao redor.
Buracos negros supermassivos como esse ainda são um grande mistério para a ciência. Não se sabe exatamente como eles surgem nem por que se tornam tão ativos. Por isso, estudar galáxias como a UGC 11397 pode trazer pistas importantes sobre a história e a evolução do Universo.
O Telescópio Espacial Hubble completou 35 anos de atividade em abril de 2025. Crédito: Vadim Sadovski – Shutterstock
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Hubble ainda é insubstituível mesmo após 35 anos
Mesmo com mais de três décadas de operação, o Hubble continua sendo uma ferramenta científica valiosa. Cientistas afirmam que ele ainda entrega dados de altíssima qualidade e cumpre um papel único na astronomia.
Lançado em dezembro de 2021, ao custo de US$10 bilhões, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) representa o que há de mais moderno em observação espacial. Mesmo assim, ele não substitui o Hubble – na verdade, os dois se complementam.
Isso porque eles enxergam o Universo de formas diferentes. O Hubble capta luz visível e ultravioleta, que são comprimentos de onda mais curtos. Já o JWST é especializado em luz infravermelha, que revela fenômenos escondidos por poeira ou que emitem pouca luz. Saiba mais aqui.
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