Enquanto o câncer em adultos tem causas ligadas à genética, fatores ambientais e relacionados à idade, o câncer infantil costuma ser provocado principalmente por anormalidades genéticas. A inteligência artificial (IA) pode ser uma ferramenta em potencial para auxiliar na construção de diagnósticos precoces e tratamentos mais eficientes contra o câncer infantil, conforme artigo da revista científica The Lancet.
Na União Europeia (UE), o projeto UNICA4EU aposta na IA para trazer soluções de combate ao câncer infantil. Um dos principais desafios no uso essa tecnologia quando se trata de câncer entre crianças é a fragmentação de bases dados. Por isso, o projeto agrega e analisa informações de diversas fontes. Isso inclui registros clínicos, estudos genômicos e imagens médicas.
O UNICA4EU aplica algoritmos avançados de IA para analisar dados de diagnósticos, como resultados de biópsia e imagens de ressonância magnética para detectar a doença ainda no estágio inicial.
A ideia é que a tecnologia também trace uma previsão para o desenvolvimento do quadro, o que auxiliaria na escolha do tratamento com base na resposta em tempo real do paciente às medicações.
Quais os desafios para os modelos de IA no combate ao câncer infantil?
Entretanto, o uso de IA para combater câncer infantil ainda enfrenta várias barreiras, como a raridade da doença nas crianças, o que resulta em menos dados para alimentar as IAs. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, em 2025, haverá cerca de 700 mil casos de câncer no total, enquanto os diagnósticos em crianças corresponderão a 8 mil casos.
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Além de ser mais raro, o câncer infantil tem características biológicas bastante distintas. Esse aspecto mais requisitos à tecnologia. Para ser útil no combate ao câncer infantil, modelos de IA precisam ter versatilidade e adaptabilidade.
Como crianças são um grupo vulnerável, utilizar dados referentes a elas para alimentar IAs, bem como coletar essas informações sobre elas em estudos envolvem ainda mais questões éticas. É preciso consentimento dos pais para que as crianças participem de pesquisas. Além disso, a estrutura de segurança de dados deve ser robusta para que a privacidade das crianças não seja violada.
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