Após queda no mar, cápsula funerária espacial perde cinzas de 166 pessoas

A The Exploration Company (TEC) informou estar investigando as causas da perda de sua cápsula especial que transportava cinzas de 166 pessoas de volta aos familiares, segundo informações da DW.

A Nyx Mission Possible deveria ter retornado em segurança depois de duas orbitações ao redor da Terra no fim de junho. Contudo, a equipe da TEC perdeu comunicação com a cápsula quando reentrava em nossa atmosfera, caindo no Oceano Pacífico.

Além das cinzas, a cápsula também trazia consigo material vegetal e sementes de cannabis, carga essa que pertencia a um experimento acerca dos efeitos da microgravidade no cultivo da planta, objetivando uma missão bem maior: a exploração e a colonização de Marte.

Foguete Falcon 9 prestes a decolar; espaçonave levou cápsula ao Espaço (Imagem: Reprodução/SpaceX

A seguir, entenda mais como funciona esse serviço peculiar.

Como funciona o serviço da cápsula funerária espacial?

A TEC realizou a missão espacial para a Celestis, empresa estadunidense que faz voos memoriais ao Espaço;

Eles aceitam levar cinzas ou amostras de DNA de pessoas e animais de estimação, numa espécie de homenagem póstuma;

Normalmente, após orbitar a Terra, a cápsula volta ao nosso planeta. Os restos são devolvidos aos parentes, bem como um vídeo com os principais momentos da missão, que comemora “o dia em que seu ente querido tocou o céu“;

O serviço custa entre US$ 3.495 a US$ 49.995 (entre R$ 19 mil e R$ 274 mil, na conversão direta).

A opção mais básica permite que o módulo orbite, por poucos instantes, nosso planeta, enquanto as mais caras possuem não só o envio da cápsula, mas, também, a possibilidade de dar mais voltas, orbitar a Lua, ou, ainda, viajar até o Espaço profundo.

E tem mais: o serviço topo de linha oferece um módulo funerário que pousa na Lua e retorna à Terra. “Todas as missões são conduzidas em estrita conformidade com as leis nacionais e internacionais, são fáceis de organizar e oferecem uma garantia de desempenho“, diz a TEC em seu site.

Uma das 166 microcápsulas com restos mortais entregues pela Celestis para a empresa The Exploration Company, em Munique (Alemanha), que foram perdidas pela missão (Imagem: The Exploration Company)

Informações fornecidas pela empresa

No LinkedIn, a empresa disse que tinha recuperado o contato com o módulo enquanto ele reentrava em nossa atmosfera após blecaute que o calor costumeiramente causa, perdendo, novamente, o contato, logo a seguir.

“A partir de uma altitude orbital de 550 km, a cápsula reentrou com sucesso de forma controlada, com a comunicação restabelecida após o aquecimento máximo. No entanto, as comunicações foram perdidas a 26 km de altitude, pouco antes da fase que precede a abertura dos paraquedas”, explicou, na publicação.

“Para compreender melhor o ocorrido, estabelecemos uma equipe de investigação independente. As conclusões serão compartilhadas com nossos clientes, investidores e equipes internas”, prosseguiu. Anteriormente, a TEC pediu desculpas “a todos os nossos clientes que confiaram a nós suas cargas”.

Por sua vez, o CEO da Celestis, Charles Chafer, afirmou que seria essa a primeira missão com o retorno das cápsulas.

Exemplo de publicação da Celestis no X sobre um cão cujas cinzas foram levadas ao Espaço (Imagem: Reprodução/X/Celestis)

“Como resultado deste evento inesperado, acreditamos que não será possível recuperar ou devolver as cápsulas de voo. Compartilhamos da decepção das famílias e oferecemos nossa mais sincera gratidão pela confiança”, afirmou.

“Esperamos que as famílias encontrem algum conforto ao saber que seus entes queridos fizeram parte de uma jornada histórica. Lançados ao Espaço, orbitaram a Terra e, agora, descansam na vastidão do Pacífico, semelhante a um tradicional e honroso espalhamento no mar”, finalizou.

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