Taxação de Trump leva Bolsa brasileira à pior semana desde dezembro de 2022

Depois de registrar recordes históricos no início de julho, a Bolsa de Valores de São Paulo enfrentou forte turbulência no período entre os dias 7 e 11, anotando retração de 3,61%, a pior performance semanal desde dezembro de 2022. No mesmo intervalo, o dólar subiu 2,29% frente ao real.

O pessimismo tomou conta dos mercados depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros. A decisão provocou temores de prejuízos para empresas brasileiras, especialmente as listadas na Bolsa, e levantou preocupações sobre o possível impacto negativo nas exportações e no emprego.

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No início da semana, o Ibovespa já apresentava queda, e refletia ameaças de Trump de retaliar países alinhados ao Brics, bloco formado por 11 nações, entre elas, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na segunda-feira 7, o principal índice da Bolsa caiu 1,26%, enquanto o Brics, em cúpula no Rio de Janeiro, defendeu reformas em instituições multilaterais e se posicionou contra guerras comerciais.

Repercussão do anúncio e resposta do Brics

Na quarta-feira 9, feriado em São Paulo, Trump oficializou o aumento das tarifas, comunicando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de carta. O motivo alegado foi o tratamento do Judiciário brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e às empresas de tecnologia norte-americanas. O Ibovespa acumulou a terceira queda seguida, recuando 1,31%.

Com a sequência negativa, o Ibovespa fechou esta sexta-feira, 11, aos 136 mil pontos, em baixa de 0,41%, totalizando cinco quedas consecutivas. A entrada de estrangeiros na Bolsa impulsionou o índice para o recorde de 141 mil pontos na semana anterior, mas a instabilidade recente levou investidores a vender ações para garantir ganhos recentes.

Impacto nas ações e no câmbio

No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em leve alta de 0,1%, cotado a R$ 5,54. A valorização registrada nesta semana interrompeu uma sequência de cinco semanas de queda da moeda norte-americana frente ao real.

No balanço semanal, as maiores baixas foram das ações Azzas 2154 (AZZA3), Cosan (CSAN3) e Magazine Luiza (MGLU3), com perdas de 11,19%, 10,22% e 9,84%, respectivamente. Empresas de varejo, como Azzas 2154 e Magalu, foram mais impactadas pela retração econômica.

Os papéis da Cogna (COGN3), que subiram 170% no primeiro semestre, lideraram o volume de negociações nesta sexta-feira, 11, mas fecharam em queda de 4,35%. Com o aumento das tarifas, investidores preferiram vender ações e garantir os lucros obtidos, evitando riscos de perdas futuras.

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