A Antártida segue sendo o mais misterioso entre todos os continentes. Sem população fixa, poucos animais, um passado rico em vida e muitos mistérios ajudam esse “pedaço de gelo” a ter essa fama de remoto e isolado.
Um dos principais temas que lembramos quando pensamos neste continente é a “falta de vida”. O frio extremo e as condições adversas fazem com que seja muito difícil se estabelecer por lá, principalmente para nós, humanos.
O continente já foi habitável e lugar para muitas espécies, incluindo, até mesmo, dinossauros. Porém, isso foi muito antes dos humanos primitivos começarem sua expansão pelo mundo.
Primeiros avistamentos da Antártida
Lendas de avistamento da Antártida existiram por séculos;
O primeiro deles vem da lenda Maori do explorador Hui Te Rangiora, que havia passado pelos mares ao sul entre os anos de 600 e 700. Segundo a história, ele teria visto um “um lugar enevoado, brumoso e escuro, não visto pelo Sol“;
Apesar desse relato existir há cerca de 1,5 mil anos, o próximo só surgiu no século XIX;
Thaddeus von Bellingshausen, explorador russo, também viu o continente e descreveu uma “costa de gelo de altura extrema“. A expedição aconteceu durante a década de 1820. Depois disso, ocorreram diversas outras viagens de exploração na Antártida.
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A descoberta do crânio
Mas foi em 1980 que uma descoberta chocou os pesquisadores. O professor Daniel Torres Navarro encontrou um crânio humano parcialmente enterrado na praia Yámana, na costa do Cabo (Antártida). A ossada era de uma jovem (provavelmente do sexo feminino), com a morte estimada entre 1819 e 1825, segundo informações do IFLScience.
O que causou estranhamento, como vimos anteriormente, é que não havia população humana assentada na Antártida em nenhum momento da história até então. Mas o que explica o crânio estar jogado no meio do continente deste modo?
Segundo Daniel Torres Navarro, professor de Biologia e Ciências Naturais da Universidade do Chile, em artigo, há duas hipóteses principais. A primeira é que a jovem poderia ter feito parte de um grupo de caçadores de focas do século XIX e, por algum motivo desconhecido, foi deixada para trás.
A segunda possibilidade é que ela tenha morrido a bordo de um navio e sido sepultada no mar, como era costume na época. Nesse caso, seu corpo poderia ter sido levado pelas correntes marinhas até a costa, onde aves carniceiras, como petréis, moleiros e gaivotas, teriam consumido partes do corpo e espalhado os ossos, contribuindo para sua dispersão pela praia.
Apesar de buscas adicionais terem localizado um fêmur e outros fragmentos, a maior parte do esqueleto nunca foi encontrada. O caso segue sem solução definitiva, mas levanta questões fascinantes sobre a presença humana na Antártida antes mesmo de sua “descoberta oficial” pela Ciência.
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