Pequena, marrom e perigosa. Assim é a aranha-marrom, espécie que pode parecer inofensiva à primeira vista, mas é responsável por milhares de acidentes todos os anos no Brasil. Só em 2025, o país já contabiliza quase 21 mil ocorrências com aranhas, sendo a maioria envolvendo essa espécie – e 24 dessas situações resultaram em morte, segundo dados do Ministério da Saúde.
Apesar do número alto, o que assusta mesmo é a gravidade que uma picada pode causar. Foi o que viveu a dentista Janaína Barroso, que levou uma picada durante uma viagem a Brasília (DF), pensou se tratar de uma simples coceira e, dias depois, precisou ser internada por 21 dias para tratar os ferimentos.
Picada silenciosa e tratamento longo
Janaína havia se hospedado em um hotel na Asa Sul para participar de um congresso de odontologia. Sem perceber, foi picada nas duas coxas por uma aranha-marrom.
No começo, sentiu apenas coceira e notou manchas avermelhadas, semelhantes a furúnculos. A evolução dos sintomas, no entanto, fez com que buscasse ajuda médica. Dias depois, foi diagnosticada com envenenamento por aranha-marrom.
O tratamento envolveu aplicação de soro antiaracnídico, uso de corticoides e antibióticos, sessões de laser e curativos com estomaterapeuta. Os ferimentos evoluíram a ponto de ser necessária a internação hospitalar. Hoje, mesmo com melhora significativa, ela ainda cuida das lesões em casa e segue em acompanhamento.
Picada de aranha marrom pode ser fata. Foto: Arquivo Pessoal/ G1
Como identificar e evitar a aranha-marrom
A aranha-marrom é discreta e prefere locais escuros e escondidos, como atrás de móveis, frestas, pilhas de objetos e roupas guardadas por muito tempo. Ela não é agressiva, mas pode picar ao se sentir ameaçada – o que costuma acontecer quando está dentro de peças de roupa ou lençóis.
Mesmo com seu comportamento tímido, o veneno dessa espécie pode causar lesões graves, com necrose da pele, febre, mal-estar e, em casos mais sérios, até falência de órgãos. Por isso, é essencial tomar alguns cuidados preventivos no dia a dia:
Mantenha a casa limpa, evitando entulhos e acúmulo de bagunça
Verifique roupas, toalhas, sapatos e lençóis antes de usar
Use luvas ao manusear caixas, objetos empoeirados ou materiais de construção
Não deixe móveis muito encostados na parede e limpe com frequência atrás deles
O que fazer em caso de picada
Se você suspeitar de picada de aranha-marrom, o ideal é procurar atendimento médico imediatamente. O soro antiaracnídico tem maior eficácia se aplicado nas primeiras 48 horas após o acidente. Além disso:
Lave o local com água e sabão
Não esprema, fure ou aplique pomadas sem recomendação médica
Evite receitas caseiras que possam agravar o ferimento
A recomendação é sempre buscar atendimento, mesmo que a picada pareça pequena. A aranha-marrom é silenciosa, mas seus efeitos podem ser severos. E, com o clima mais frio em algumas regiões, aumenta a chance de esses animais procurarem abrigo dentro das casas, o que reforça ainda mais a importância da prevenção.
Resumo:
O Brasil já registrou quase 21 mil acidentes com aranhas em 2025, sendo a maioria causados por aranha-marrom. Pequena e silenciosa, ela pode provocar lesões graves e até mortes. Manter a casa limpa, sacudir roupas e procurar atendimento ao menor sinal de picada são atitudes essenciais para se proteger.
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