Mancha solar com explosões magnéticas está virando para a Terra

Uma mancha solar localizada no lado oriental do Sol tem liberado dezenas de explosões magnéticas. Caso continue ativa, seus efeitos poderão atingir a Terra nos próximos dias, com possíveis pequenos impactos em satélites e ondas de rádio.

O astrofotógrafo francês Philipe Tosi captou recentemente uma imagem desse local: a região de mancha solar 4136, onde estão ocorrendo explosões magnéticas conhecidas como Bombas de Ellerman. Tosi fotografou o evento na última quinta, 10 de julho, diretamente da cidade de Nimes, na França.

Ele usou um filtro H-alpha para registrar em detalhes as explosões. Esse equipamento aumenta o contraste entre o fundo do espaço e objetos que emitem luz nos comprimentos de onda do hidrogênio — elemento que corresponde a 80% da composição do Sol —  deixando o astro em evidência.

Desde que surgiu, a região 4136 já liberou erupções de classe M, consideradas de intensidade média, segundo o site spaceweather.com. Agora, a presença de Bombas de Ellerman pode ser um sinal de que eventos maiores estão a caminho.

Foto do Sol no dia 15 de julho de 2025 captada pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da NASA. (Imagem: SDO NASA)

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Explosões solares podem afetar satélites e rádio

No começo do século XX, o físico Ferdinand Ellerman descreveu o fenômeno das Bombas de Ellerman. Esse evento ocorre nas camadas baixas da atmosfera solar e é disparado pelas reconexões magnéticas, processo em que os campos magnéticos no Sol se cruzam, se rompem e se reconectam, liberando grandes quantidades de energia.

Um estudo de 2018, publicado no The Astrophysical Journal, estimou que cada um desses estouros libera aproximadamente 10³³ ergs de energia, o equivalente a cerca de 100 mil bombas atômicas da Segunda Guerra Mundial, segundo cálculos do spacewheater.com.

Embora pequenas em relação às grandes erupções do Sol,  essas “bombas” são vistas como indicadoras de complexidade magnética em uma região solar. Isso pode significar explosões maiores no futuro.

Agora, essa mancha solar está virando em direção à Terra, o que pode representar eventos climáticos espaciais mais intensos nos próximos dias. Explosões de classe M, como observadas anteriormente na mesma região, podem interferir em ondas de rádio e causar breves interrupções em satélites, segundo o site Space.com.

Pesquisadores e observatórios ao redor do mundo continuarão monitorando de perto a região 4136. Além do potencial impacto nas tecnologias da Terra, essa pode ser uma oportunidade valiosa para astrônomos aprofundarem os estudos sobre a dinâmica de nossa estrela.

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