A empresa de segurança cibernética Proofpoint alertou que hackers ligados ao governo da China estão realizando uma série de ataques contra a indústria de chips semicondutores de Taiwan. As ações fariam parte de uma estratégia de espionagem cibernética.
O aumento no número de ocorrências acontece em meio ao aumento das tensões entre Washington e Pequim. A Casa Branca tem adotado medidas para restringir as exportações de chips para o território chinês, inclusive os fabricados na ilha taiwanesa.
Objetivo era roubar segredos sobre a produção de chips
De acordo com a Reuters, as campanhas de hackers foram realizadas entre março e junho deste ano por pelo menos três grupos distintos ligados ao governo da China. Os alvos foram 20 organizações, entre elas a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).
Os ataques visaram diversas áreas do setor, como design, fabricação e cadeia de suprimentos de semicondutores. Os criminosos invadiram contas de e-mail de universidades taiwanesas para se passar por candidatos a emprego e enviar malwares para as empresas. No entanto, não há informações sobre dados roubados.
A reportagem aponta que a estratégia faria parte dos esforços chineses para coletar informações e desenvolver a sua própria indústria de chips. De fato, Pequim tem investido pesado no setor como forma de substituir os produtos sancionados pelos EUA.
A TSMC se recusou a comentar sobre o caso. Já um porta-voz da embaixada chinesa em Washington disse que os ataques cibernéticos “são uma ameaça comum enfrentada por todos os países, incluindo a China”. Ele ainda negou que o país asiático incentive ações do tipo.
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Disputa pela hegemonia tecnológica mundial
Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
Por fim, a Casa Branca anunciou recentemente novas regras com o objetivo de impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.
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