Quantas horas precisamos dormir?

Você já se perguntou por que algumas pessoas parecem funcionar bem com poucas horas de sono, enquanto outras só se sentem dispostas depois de uma noite inteira de descanso? A resposta pode estar nos nossos genes.

Estudos apontam que não existe apenas um gene responsável pelo sono. Em 2019, uma pesquisa com mais de 446 mil participantes identificou mais de 70 regiões genéticas associadas à duração do sono. Algumas dessas variantes também se relacionaram a fatores como maior risco de depressão, acúmulo de gordura corporal e até menor escolaridade.

Isso mostra que a genética pode tanto ajudar quanto atrapalhar quando o assunto é dormir bem. Além disso, os pesquisadores acreditam que entender melhor essas associações pode abrir caminho para novos tratamentos contra distúrbios do sono.

O papel do ciclo circadiano no seu relógio biológico

Outro fator que regula nossas horas de sono é o ciclo circadiano — uma espécie de relógio interno que regula funções do corpo com base na luz e na escuridão. Durante a noite, esse sistema estimula a produção de melatonina, o hormônio responsável por preparar o corpo para o sono.

Segundo a enciclopédia Britannica, o ciclo circadiano é controlado por uma região do cérebro chamada hipotálamo, que percebe as variações de luz e sinaliza ao corpo quando é hora de dormir ou acordar. Apesar de a maioria das pessoas funcionar melhor durante o dia, há aquelas que, por fatores genéticos ou comportamentais, têm um ritmo diferente.

Fatores como idade, rotina, exposição à luz e estilo de vida também influenciam esse ciclo. Por isso, manter uma rotina consistente de sono e buscar ambientes escuros para dormir pode ajudar bastante no equilíbrio desse relógio natural.

Dormir bem é essencial para o corpo e a mente, mas a quantidade ideal de sono pode variar de pessoa para pessoa — e até de gene para gene! – Crédito: FreePik

Quantas horas de sono você realmente precisa?

Embora o ideal varie de pessoa para pessoa, médicos recomendam de sete a nove horas de sono por noite para a maioria dos adultos. Já os bebês podem precisar de até 16 horas diárias, enquanto adolescentes também demandam mais descanso do que os adultos.

Segundo a Universidade de Harvard, dormir menos do que o necessário pode causar sérios problemas de saúde e bem-estar, como maior risco de diabetes, infarto, ansiedade e depressão. Ou seja, mesmo que você acredite que “dorme pouco e está tudo bem”, vale a pena observar os efeitos no seu corpo a longo prazo.

Além disso, existem pessoas com mutações genéticas raras que fazem com que o sono seja mais eficiente. Elas conseguem descansar profundamente em menos tempo. Mas atenção: esses casos são exceções. A maioria de nós precisa, sim, de uma boa noite de sono para acordar renovada.

Dormir mal afeta sua saúde e bem-estar

A privação de sono está diretamente ligada a prejuízos na memória, alterações de humor, dificuldade de concentração e dores de cabeça frequentes. Se isso já não fosse o suficiente, dormir menos de sete horas por noite regularmente aumenta o risco de doenças como AVC, Alzheimer e até infarto.

Ou seja, o descanso adequado é um investimento na sua saúde. Portanto, se você sente que está sempre cansada, irritada ou esquecida, talvez o problema esteja na qualidade (ou na quantidade) do seu sono.

Mesmo que sua rotina seja corrida, priorizar o descanso é fundamental. Sempre que possível, mantenha horários fixos para dormir e acordar, reduza a exposição à luz à noite e evite o uso de telas antes de se deitar.

Resumo: A quantidade ideal de sono depende de fatores genéticos, estilo de vida e do ciclo circadiano. Embora algumas pessoas consigam dormir menos, a maioria precisa de 7 a 9 horas de sono para manter a saúde e bem-estar em dia. Ficar atenta aos sinais do corpo e respeitar o próprio ritmo é essencial para viver com mais disposição e equilíbrio.

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