Meta não vai cumprir regras da União Europeia para IAs poderosas

A Meta informou, nesta sexta-feira (18), que não vai assinar o código de conduta criado pela União Europeia para o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial (IA) avançados. Para a big tech, as diretrizes para empresas seguirem a Lei de IA (AI Act) são exageradas.

“A Europa está seguindo o caminho errado em relação à IA”, escreveu Joel Kaplan, chefe de assuntos globais da Meta, numa postagem no LinkedIn na manhã desta sexta. “Esse código [de conduta] introduz várias incertezas legais para os desenvolvedores de modelos, além de medidas que vão muito além do escopo da Lei de IA.”

Novas regras para IA na UE: desenvolvedores teriam que melhorar (e divulgar) muita coisa

Autoridades da UE divulgaram novas regras para sistemas de inteligência artificial (IA) avançados no dia 10 de julho. Pelas novas diretrizes, desenvolvedores teriam que melhorar transparência, limitar violações de direitos autorais e proteger a segurança pública.

Novas regras divulgadas pela UE se aplicariam a empresas que desenvolvem sistemas de IA para uso geral, como Google, Microsoft e OpenAI (Imagem: Ivan Marc/Shutterstock)

As empresas de tecnologia teriam que detalhar os conteúdos usados para treinar seus algoritmos, segundo as novas diretrizes. Além disso, precisariam avaliar riscos de usos indevidos das suas tecnologias – por exemplo: para a criação de armas biológicas.

As regras divulgadas pela UE se aplicariam a um grupo restrito de empresas de tecnologia. Entre elas, estariam Google, Meta, Microsoft e OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT. Isso porque essas empresas desenvolvem sistemas de IA para uso geral.

Essas diretrizes entram em vigor em 2 de agosto de 2025. Mas os reguladores da UE só poderão aplicar sanções por descumprimento a partir de agosto de 2026. É o que informou a Comissão Europeia, braço executivo do bloco econômico.

Contexto e repercussão

As regras apresentadas nesta quinta trazem os primeiros detalhes concretos sobre como reguladores da UE planejam aplicar a Lei da IA, aprovada em 2024.

Leia da IA foi criada para prevenir efeitos prejudiciais da tecnologia, mas autoridades têm reavaliado impactos da regulação (Imagem: Reprodução/EU AI Act)

Em tese, a lei foi criada para prevenir os efeitos prejudiciais da IA. Mas autoridades europeias têm reavaliado os impactos de se regulamentar uma tecnologia que muda tão rápido e envolve muita competitividade entre grandes players.

A CCIA Europe – associação comercial representante de empresas como Amazon, Google e Meta – afirmou que as novas regras “impõe um fardo desproporcional aos provedores de IA”.

Outras associações, essas representando empresas europeias mesmo, pediram aos legisladores para adiarem a implementação da Lei da IA. Elas alegam que a regulação pode frear a inovação e colocar empresas europeias em desvantagem frente à concorrência estrangeira.

Leia mais:

Seu Direito Digital: Pix na mira dos EUA; golpes mais comuns no Brasil e o julgamento da Meta

O que é superinteligência artificial? Veja como ela pode mudar o futuro da humanidade

Vale a pena comprar um celular exclusivamente por conta da IA?

A corrida continua: Meta tenta ‘roubar’ mais dois funcionários da OpenAI

A Meta continua de olho no mercado para reforçar sua equipe de inteligência artificial. E não pense que a empresa diminui seu ímpeto na busca por uma mão de obra qualificada quando identifica talentos que já têm contratos com concorrentes.

De acordo com publicação da Wired, a gigante da tecnologia está tentando convencer mais dois funcionários da OpenAI a mudar de lado. Lembrando que pelo menos oito empregados da rival já foram contratados pela companhia de Mark Zuckerberg.

Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.

O post Meta não vai cumprir regras da União Europeia para IAs poderosas apareceu primeiro em Olhar Digital.