Adepta de hábitos saudáveis, a nutricionista Cynthia Donovan ficou noiva e, logo após anunciar o casamento, começou a “correr” em busca do corpo perfeito para o grande dia.
“Comecei a me exercitar mais, a comer menos e a cortar calorias para poder ter a melhor aparência possível e o corpo que sempre quis”, conta Cynthia em entrevista à revista People. “Acho que o casamento foi um grande motivador para me tornar mais disciplinada”, diz.
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Focada nos treinos e na alimentação, Cynthia percebeu que não menstruava mais e, por isso, decidiu procurar médicos especialistas. Ela conta que tomou anticoncepcional durante muito tempo, mas parou assim que encontrou o seu parceiro. Inicialmente, ela atribuiu a ausência do ciclo menstrual aos remédios que tomava antes.
Após várias consultas, Cynthia foi diagnosticada com síndrome do ovário policístico. Porém, mesmo tratando o problema, ainda não menstruava. Foi quando a nutricionista começou a se preocupar com a possibilidade de não conseguir ser mãe.
“Eu não estava pronta para ter filhos, mas isso me preparou, porque pensei: ‘E se eu não pudesse tê-los?’”, diz. O caso aconteceu em 2010 e a história viralizou recentemente, depois que a norte-americana contou sua experiência em um podcast.
Uma investigação mais profunda mostrou que Cynthia sofria de amenorreia hipotalâmica funcional (AHF), uma condição em que o hipotálamo interrompe o ciclo menstrual devido ao baixo consumo calórico e excesso de treino.
A AHF leva à interrupção da ovulação e pode causar infertilidade e outros problemas de saúde. Entre as principais causas estão estresse psicológico (que afeta a liberação de um hormônio essencial para o sistema reprodutivo), perda de peso significativa e atividade física intensa.
A condição é reversível se a paciente mantiver uma rotina saudável, com ganho de peso e exercícios controlados.
Sintomas da amenorreia hipotalâmica funcional
Anovulação: falha na ovulação, o que impede a gravidez.
Problemas ósseos: a deficiência de estrogênio associada à AHF pode levar à perda de massa óssea e aumentar o risco de osteoporose.
Alterações cardiovasculares: em casos de longo prazo, a AHF pode afetar a saúde cardiovascular.
Problemas psicológicos: mulheres com AHF podem apresentar problemas como ansiedade e depressão.
Mudança de vida
Aos 29 anos, a nutricionista precisou revisitar seus hábitos — passou a comer mais e reduzir os exercícios, mesmo relutante. Ela realizou tratamentos para fertilidade e, em 2016, deu à luz seu primeiro filho via inseminação intrauterina. Em 2018, veio o segundo filho, de forma natural.
Cynthia enfatiza que a menstruação é um sinal vital e encoraja mulheres a buscarem ajuda médica se algo estiver errado. A ausência de períodos regulares, mesmo em mulheres sem histórico de distúrbios alimentares graves, pode sinalizar deficiências nutricionais graves.
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