Um relatório divulgado pela Lookout, empresa que atua no setor de segurança eletrônica, aponta que autoridades da China estão usando um novo tipo de malware. O objetivo é extrair dados de telefones apreendidos por Pequim.
Segundo o documento, isso permitiria o acesso a mensagens de texto, inclusive de aplicativos. Além disso, seria possível obter imagens, históricos de localização, gravações de áudio, contatos e outras informações.
Malware seria amplamente utilizado no país
De acordo com a Lookout, a ferramenta é chamada de Massistant e teria sido desenvolvida pela gigante chinesa de tecnologia Xiamen Meiya Pico. Para obter os dados dos aparelhos, ela necessita de um acesso físico aos dispositivos.
Ainda segundo o relatório, ela funcionaria apenas para dispositivos Android. No entanto, uma versão para IOS pode estar sendo projetada. Embora o documento admita que não se sabe ao certo quais agências chinesas estão usando a ferramenta, os pesquisadores responsáveis pelo trabalho destacam que o seu uso é amplamente difundido no país.
É uma grande preocupação. Acho que qualquer pessoa que esteja viajando pela região precisa estar ciente de que o dispositivo que eles trazem para o país pode muito bem ser confiscado e qualquer coisa que esteja nele pode ser coletada. Acho que é algo que todos deveriam estar cientes se estiverem viajando pela região.
Kristina Balaam, pesquisadora da Lookout
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Autoridades chinesas podem confiscar aparelhos sem justificativa
Segundo informações do portal TechCrunch, a polícia da China tem poderes legais para vasculhar telefones e computadores sem a necessidade de um mandado ou da existência de uma investigação.
Dessa forma, o simples confisco do aparelho já é suficiente para o acesso a todos os dados do usuário.
No entanto, os pesquisadores da Lookout explicam que o uso do Massistant pode ser rastreado, o que significa que os usuários podem identificar e excluir o malware.
Só que eles não explicaram como isso pode ser feito.
O governo da China e a Xiamen Meiya Pico, que foi sancionada pelo governo dos EUA em 2021 por seu papel no fornecimento de tecnologia para Pequim, não se pronunciaram sobre o assunto.
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