Uma falha grave e até então desconhecida no Microsoft SharePoint, usada por empresas e governos para gerenciamento de dados, está sendo explorada por hackers, com foco inicial em órgãos governamentais.
A brecha de segurança foi identificada no fim de semana pela CISA, agência de segurança cibernética dos Estados Unidos, que emitiu um alerta sobre o uso da vulnerabilidade em ataques ativos.
Segundo especialistas da Censys, os primeiros ataques foram direcionados a um grupo restrito de alvos — incluindo agências federais e estaduais, universidades e empresas de energia — sugerindo a ação de grupos ligados a governos, conhecidos como ameaças persistentes avançadas (APT).
“Tudo indica que a exploração inicial foi altamente seletiva, com foco em instituições governamentais”, disse Silas Cutler, pesquisador da Censys, ao TechCrunch. A Eye Security, que primeiro revelou a falha, já identificou evidências de servidores comprometidos em diferentes partes do mundo.
Quem foi atacado?
O ataque afetou cerca de 100 organizações, segundo pesquisadores da empresa de cibersegurança Eye Security e da entidade sem fins lucrativos Shadowserver Foundation.
Os nomes das organizações afetadas não foram revelados.
De acordo com o pesquisadores, a lista inclui órgãos de governo e se concentram nos Estados Unidos e na Alemanha.
O Reino Unido também tem alvos.
À agência Reuters, a Microsoft informou que “forneceu atualizações de segurança e incentiva os clientes a instalá-las”.
Ainda não está claro quem é o autor do ataque. Ainda segundo a Reuters, o Google afirmou que, ao menor parcialmente, os ataques têm ligação com a China. Até o momento, não houve resposta da embaixada da China nos EUA. Além disso, Pequim nega rotineiramente realizar operações de hacking.
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Microsoft dá detalhes sobre a falha
A Microsoft afirmou que a falha atinge apenas servidores locais do SharePoint, não afetando a versão em nuvem.
Mesmo assim, especialistas alertam que cerca de 10 mil sistemas ainda estão vulneráveis e expostos à internet.
Dados do buscador Shodan mostram que os alvos incluem desde bancos e hospitais até entidades públicas em diversos países.
Novos incidentes vão ocorrer?
A preocupação agora é com o aumento da disseminação da falha. “É provável que outros hackers comecem a replicar os ataques”, afirma Cutler. Com isso, o risco de novos incidentes aumenta, assim como o impacto potencial sobre infraestruturas críticas.
A recomendação dos especialistas é clara: além de aplicar o patch de segurança, as organizações devem presumir que já houve comprometimento e adotar medidas imediatas de contenção e análise forense.
O post Ataque hacker em plataforma da Microsoft: quais são os alvos? apareceu primeiro em Olhar Digital.